Vale a pena ler o premiado romance "O homem que amava os cachorros", do escritor cubano Leonardo Padura. Lançado pela Editora Boitempo em dezembro de 2013, o livro relata a vida de Leon Trotski e de seu assassino, Ramón Mercader, em um thriller histórico que coloca em perspectiva a grande utopia do século XX. O maior mérito do livro é o de popularizar a história, já escrita de mil e uma maneiras, da vida de Trotsky no exílio e de seu assassinato no México. Nele, o leitor pode privilegiar uma entre as três trajetórias narradas. Do escritor cubano insatisfeito com sua vida profissional e narrador das outras duas histórias, Iván Cárdenas Maturell, sofrendo as vicissitudes da pobreza cubana sob o regime de partido único e as peripécias de sua família no país, marcado pelo embargo norte-americano e pela dependência, depois pelo fim da ajuda soviética. Pode também se envolver na história da resistência obstinada de Trotsky, sua família e seguidores, perseguidos passo a passo pelos agentes secretos soviéticos. Mas pode também optar pela trajetória do assassino, Jaime Mercader, militante comunista catalão, e dos companheiros na missão de liquidar Trotsky em 1940: o judeu russo Kotov, na verdade, Nahum Eitingon, e a mãe do assassino, Caridad del Rio Mercader, todos agentes do NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos), a polícia política soviética.
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