quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Filme da Semana do Mulher Sim Senhora!

"Tal Mãe, Tal Filha" (Telle mére, telle fille) é uma comédia francesa que tem a direção de Noémie Saglio e roteiro da diretora e de Agathe Pastorino. O filme, apesar dos exageros, trata do choque entre gerações, principalmente quando se tem uma mãe de comportamento jovial e uma filha centrada demais,. Assista, vale a pena passar uma tarde agradável vendo uma história simples, apenas curta o momento!

Enredo: Avril e sua mãe (Mado) são muito diferentes. A filha é casada, tem um bom emprego e é organizada, enquanto a mãe vive às custas de Avril desde que se divorciou. De repente, ambas descobrem que estão grávidas.

Elenco: Juliette Binoche , Camille Cottin , Lambert Wilson , Stéfi Celma , Jean-Luc Bideau ,Charlie Dupont e Catherine Jacob, entre outros.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

VOCÊ ESTA NO TEMPO CERTO!

"Obama se aposentou aos 55 anos, 
E Trump começou aos 70. 
Nova York está 3 horas à frente de Los Angeles, 
Mas isso não torna Los Angeles mais lenta. 
Alguém se formou aos 22 anos, 
Mas esperou 5 anos antes de conseguir um bom trabalho. 
Alguém se tornou CEO aos 25, 
E morreu aos 50 anos. 
Enquanto outro se tornou CEO com 50, 
E viveu 90 anos. Alguém ainda está solteiro,
Enquanto outra pessoa se casou. 
Todos neste mundo trabalham com base no seu fuso horário.
As pessoas ao seu redor podem parecer estar à sua frente, 
Alguns podem parecer estar atrás de você. 
Mas todos estão executando sua própria corrida, em seu próprio tempo. 
Não os invejem e não os zombe. 
Eles estão no seu fuso horário, e você está no seu.
A vida se resume em esperar o momento Certo para agir.
Então relaxe.... 
Você não está adiantado.
Você não está atrasado.
VOCÊ ESTA NO TEMPO CERTO."

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Reflexo - Pablo Neruda:

Se sou amado

Quanto mais amado

Mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido

Devo esquecer também

Pois amor é feito espelho

Tem que ter reflexo.




segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Voltando com as babouches ou será mules?!!

Sou ligada em moda, vejo as coleções recém-chegadas, assisto aos desfiles para ficar por dentro das tendencias, notei que alguns calçados, os modelos são flats, sem a parte traseira. Não chega a ser um tamanco porque o solado não é de madeira ou cortiça, são as velhas babouches voltando a cena (de origem marroquina e tem como característica ser baixo e ter o bico fino), ou mule (quando tem salto) claro que quando se dá uma repaginada podemos vê-la: sem bico, com ponta arredondada ou quadrada, de tecidos variáveis como lona, couro, camurça, com salto, sem salto e etc.













domingo, 27 de agosto de 2017

Creme para "Aimée" (com cerejas e vodca)

Bebida sofisticada e um pouco doce bem ao gosto de Aimée. Além disso, a amêndoa é um ingrediente antigo para quem iria fazer sexo para aumentar a fertilidade da mulher.



  • Ingredientes:
  • 60 ml de vodca de cereja
  • 100 ml de conhaque
  • 60 ml de leite de amêndoas
  • 100 ml de agave ou mel para adoçar

Preparo:
Em uma coqueteleira, misture bem todos os ingredientes com gelo. Sirva em copos largos, como os de Martini. Para decorar, pique um pouco de amêndoa ou use uma fruta vermelha (framboesa, morango, mirtilo etc.).

sábado, 26 de agosto de 2017

Dica de Presente by Paloma Aimée Ferreira!

Hoje minha dica de presente são brincos e pode ser também acompanhado de um belo anel, basta escolher a pedra precioso, que são aproximadamente 130 tipos, e ir em um joalheiro de confiança para mandar fazer esse presente único. Umas dicas para a escolha da cor da pedra: 1. mulheres com olhos cinzas esverdeados, opte pelas cores ágata, berilo, granada e turquesa; 2. as de olhos totalmente verdes, tons de crisotila combinam perfeitamente; 3. Mulheres com olhos azuis, brincos de pedras turquesa ou preto; 4. As de olhos castanhos ou pretos, que é a maioria das brasileiras,  brincos de pedras de cores brilhantes, como o rubi, o topázio dourado e a esmeralda. 

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Sensualidade com muita classe!

Fecha os olhos e sente a leveza deste desejo a sensualidade e 
delicadeza entre o sonho e um desejo .
Entrega-te a este momento deixa fluir o que te vai na alma 
abraça o melhor sentimento sente a profundidade da sua calma. 
Escuta o silêncio que desta essência se faz ouvir liberta o coração e 
entrega o teu corpo a este sentir . 
Esquece o tempo apenas vive este lugar dá asas ao pensamento e 
voa aonde o prazer te levar ...








terça-feira, 22 de agosto de 2017

Paixão Inevitável - Mario Quintana:

Que se apaixonar é inevitável, e que as melhores provas de amor são as mais simples. 
Um dia percebemos que o comum não nos atrai, 
e que ser classificado como bonzinho não é bom. 
Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você. 
Um dia saberemos a importância da frase: 
"Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa". 
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, 
e que não damos valor a isso! 
Que homem de verdade não é aquele que tem mil mulheres, 
mas aquele que consegue fazer uma única mulher feliz! 
Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, 
esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, 
para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer tudo o que tem de ser dito. 
O jeito é: 
ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida 
ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras!


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

LOOKS COM CAMISA BRANCA

Se uma blusa branca (adoro) bacana já faz um look poderoso, seja de bom corte, ou mais simples. Essa peça tem o poder de salvar qualquer visual por mais básico que seja. Seja para uma produção formal de trabalho, para o final de semana, ou para um grande evento, a peça é sempre bem vinda.


















domingo, 20 de agosto de 2017

BOLO DE LIMÃO COM IOGURTE

Esse bolo trás mitas recordações, todas as vezes que Poppy vem de viagem, seja por ter estado 1 a 3 meses fora, ou seja por estar 6 meses estudando ou trabalhando, na sua chegada Chris já providenciou esse bolo, se não teve tempo de fazê-lo, compra na padaria perto de casa, é uma forma gostosa de desejas boas vindas. Siga a receita!

Ingredientes:
1 pacote de mistura para bolo de limão...
4 ovos
1 pote de iogurte integral
1 pote (use a embalagem do iogurte para medir) de óleo
1 pacote de gelatina de limão

Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes na batedeira até ficar bem homogêneo, coloque em uma assadeira de furo no meio untada e enfarinhada e leve ao forno pré aquecido a 200°C por +/- 30 minutos (até que você consiga furar ele com um palito e o palito saia limpo) e pronto!

Ingredientes da cobertura:
1/2 lata de leite condensado
Suco de 2 limões
Raspinhas de 2 limões para decorar

Misture com uma colher o suco dos limões e o leite condensado e despeje sobre o bolo. Agora jogue as raspinhas dos limões.
É importante esperar o bolo esfriar um pouco antes de desinformar.





terça-feira, 15 de agosto de 2017

Meu Destino - Cora Coralina:

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida…
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida…


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Uma das quatro tendencias 2017 sapatos/sandálias: Sensual!

Uma das quatro tendências de sapatos/sandálias para 2017 e que estão fazendo muito sucesso, afinal qual é a mulher que não ama sensualizar?!! 
Basta conferir as novidades das passarelas. 
















domingo, 13 de agosto de 2017

Peixe ao Molho de Uvas Brancas:

O engraçado deste prato é que sempre o pedíamos quando íamos a um determinado restaurante famoso aqui de Salvador por suas carnes com cortes especiais, ninguém entendia nada. só as cúmplices (Chris x Aimée) que sorriam muito!


Ingredientes:
1/2 kg de filé de peixe
1/2 l de vinho branco
2 colheres de açúcar
1 cacho de uva tipo itália
Pimenta do reino
Sal
Limão
Azeite

Modo de Preparo:
Reserve 8 uvas. As demais bata com açúcar e o vinho branco no liquidificador, 
levando ao fogo por 20 minutos para que engrosse o molho.
Corte as uvas reservadas e junte ao molho.
Tempere o peixe com limão, sal e pimenta-do-reino a gosto.
Grelhe o peixe no azeite até que fique douradinho
Disponha o peixe em uma travessa e por cima o molho de uvas. Sirva morno e bom apetite!

sábado, 12 de agosto de 2017

Dica de Presente by Paloma Aimée Ferreira!

Com a moda de beber chá para tudo na vida esta em alta, se você tem dor de estomago, ou insonia ou até mesmo para um rápido emagrecimento toma-se chá, por isso mesmo que tal dar de presente aquele infusor de chá super diferente?!! De aço inoxidável em forma de robô com ajuste nos braços para caber em qualquer tamanho da caneca, inclui na bandeja do infusor.. Tamanho: 8 x 5.5 x 2.5 cm / 3.15 x 2.16 x 0.98. Valor += $15.99.






https://www.animicausa.com/shop/Kitchen-and-Tabletop/Robot-Tea-Infuser/tpflypage.tpl.html

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Coisas de Aimée: Encontro para uma entrevista com um ídolo!

Quando cheguei lá estava ele sentado na cadeira com um pé apoiado no ferro horizontal do porta livros, e o outro na base com forma de TV invertido da mesa, 
com um jornal em mãos. 
Usava um número indefinido de pulseiras por cima da camisa branca de botão com mangas curtas, boina, allstar preto e quadriculado (basqueteira, meias brancas 3/4 e 
uma bermuda caqui com grandes bolsos laterais e óculos de acetato transparente 
com pernas brancas. Uma aparência peculiar tipica de pessoas que participam 
de movimentos alternativos e do mundo artístico.
Quando se levantou revelou ter uma estatura abaixo da média, porém parecia mais alto, deve ser pela postura da presença de palco.


quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A alegria da música – Rubem Alves


Eu gosto muito de música clássica. Comecei a ouvir música clássica antes de nascer, quando eu ainda estava na barriga da minha mãe. Ela era pianista e tocava… Sem nada ouvir eu ouvia. E assim a música clássica se misturou com minha carne e meu sangue. Agora, quando ouço as músicas que minha mãe tocava, eu retorno ao mundo inefável que existe antes das palavras, onde moram a perfeição e a beleza.

Em outros tempos, falava-se muito mal da alienação. A palavra “alienado” era usada como xingamento. Alienação era uma doença pessoal e política a ser denunciada e combatida. A palavra alienação vem do Latim alienum que quer dizer “que pertence a um outro”. Daí a expressão alienar um imóvel. Pois a música produz alienação: ela me faz sair do meu mundo medíocre e entrar num outro, de beleza e formas perfeitas. Nesse outro mundo eu me liberto da pequenez e picuinhas do meu cotidiano e experimento, ainda que momentaneamente, uma felicidade divina. A música me faz retornar à harmonia do ventre materno. Esse ventre é, por vezes, do tamanho de um ovo, como na Reverie, de Schumann; por vezes é maior que o universo, como no concerto n. 3 de Rachmaninoff. Porque a música é parte de mim, pra me conhecer e me amar é preciso conhecer e amar as músicas que amo. Agora mesmo estou a ouvir uma fita cassete que me deu o Ademar Ferreira do Santos, amigo de Portugal. Viajávamos de carro a caminho de Coimbra. O Ademar pôs música a tocar. Ele sempre faz isso. Fauré, numa transcrição para piano. A beleza pôs fim à nossa conversa. Nada do que disséssemos era melhor que a música. A música produz silêncio. Toda palavra é profanação. Faz-se silêncio porque a beleza é uma epifania do divino. Ouvir música é oração. Assim, eu e o Ademar, descrentes de outros deuses, adoramos juntos no altar da beleza. Terminada a viagem, o Ademar retirou a fita e m’a deu. “É sua”, ele disse de forma definitiva. Protestei. Senti-me mal, como se fosse um ladrão. Mas não adiantou. Há gestos de amizade que não podem ser rejeitados. Assim, trouxe comigo um pedaço do Ademar que é também um pedaço de mim.

A música clássica dá alegria. Há músicas que dão prazer. Mas a alegria é muito mais que prazer. O prazer é coisa humana, deliciosa. Mas é criatura do primeiro olho, onde moram as coisas do tempo, efêmeras, que aparecem e logo desaparecem. A alegria, ao contrário, é criatura do segundo olho, das coisas eternas que permanecem. Superior ao prazer, a alegria tem o poder divino de transfigurar a tristeza. Haverá maior explosão de alegria do que a parte final da Nona Sinfonia? E, no entanto, a vida de Beethoven chegava ao fim, marcada pela tristeza suprema de não poder ouvir o que mais amava, a música. Estava totalmente surdo. Mas é precisamente dessa tristeza que nasce a beleza. No último movimento, Beethoven faz o coro cantar a Ode à Alegria, de Schiller. Sempre que a ouço imagino Beethoven de pé sobre um alto rochedo à beira mar. O céu está negro. O mar ruge furioso. Respingos e espumas molham a sua roupa. Mas ele parece ignorar a fúria da natureza. Sorri, abre os braços e rege… o mar. A tempestade não cessa, continua. Mas a fúria se põe a cantar a alegria! Abre-se uma fresta nas nuvens negras através da qual se pode ver o céu azul…

A Nona Sinfonia me faz triste-alegre. Essa é a magia da beleza: ela é um triunfo sobre a tristeza. Feiticeira, a beleza é o poder mágico que transforma a tristeza-triste em tristeza-alegre… É só por isso que eu a quero ouvir vezes sem conta. Porque a vida é triste. E nisso está a honestidade da música clássica: ela não mente. Se soubéssemos disso, se sentíssemos a tristeza da vida, seríamos mais mansos, mais sábios, mais bonitos.

Meu outro amigo português, professor José Pacheco, pastor da Escola da Ponte… (Ele se recusa a ser chamado de diretor. Por isso o chamo de “pastor”, aquele que ama e cuida das ovelhas, as crianças. Não seria bonito se os professores se vissem como pastores de crianças?)… conversando comigo sobre a música de Ravel, me dizia que, por vezes, ele fica tão “possuído” que ouve um mesmo CD vezes repetidas, sem parar, não deseja ouvir outro. Comigo acontece o mesmo. A beleza produz uma “compulsão à repetição”. Kierkegaard dizia que um amante seria capaz de falar sobre sua amada dias a fio sem se cansar, repetindo as mesmas coisas. Falamos para transformar a ausência em presença. Ao escrever essas linhas, estou tornando presente aquela viagem com o Ademar, a caminho de Coimbra, ouvindo Fauré. E estou de novo com o José Pacheco, conversando sobre Ravel e bebendo vinho.

Há músicas que contêm memórias de momentos vividos. Trazem-nos de volta um passado. Lembramo-nos de lugares, objetos, rostos, gestos, sentimentos… Aquele hino Deus vos guarde pelo seu poder provocará sempre, Jether, a memória do barco seguindo o navio. Lembrar-se do passado é triste-alegre… Alegre porque houve beleza de que nos lembramos. Triste porque a beleza é apenas lembrança… Não mais existe. Mas há músicas que nos fazem retornar a um passado que nunca aconteceu. É uma saudade indefinível, sentimento puro, sem conteúdo. Não nos lembramos de nada.

Apenas sentimos. Sentimos a presença de uma ausência… Fernando Pessoa se refere a uma saudade vazia? Saudade é sempre “saudade de”. Mas essa saudade é saudade pura, sem ser saudade de coisa alguma. Será possível ter saudades de algo que não foi vivido?. Octávio Paz descreve uma dessas experiências no seu maravilhoso livro O arco e a lira. Ele diz:

“Todos os dias atravessamos a mesma rua ou o mesmo jardim; todos os dias nossos olhos batem no mesmo muro avermelhado, feito de tijolos e tempo urbano.” (Coisas do primeiro olho!) “De repente, num dia qualquer, a rua dá para um outro mundo, o jardim acaba de nascer, o muro fatigado se cobre de signos.” (O segundo olho!) “Nunca os tínhamos visto e agora ficamos espantados por eles serem assim: tanto e tão esmagadoramente reais. Sua própria realidade compacta nos faz duvidar: são assim as coisas ou são de outro modo? Não, isso que estamos vendo pela primeira vez, já havíamos visto antes. Em algum lugar, no qual nunca estivemos, já estavam o muro, a rua, o jardim. E à surpresa segue-se a nostalgia. Parece que nos recordamos e quereríamos voltar para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiqüíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Um sopro nos golpeia a fronte. Adivinhamos que somos de outro mundo. É a ‘vida anterior’ que retorna…”

Mas esse lugar encantado, onde se encontra? Nunca o vimos e, a despeito disso sabemos que é o nosso destino: queremos voltar. Você nunca sentiu isso, uma saudade indefinível de um lugar encantado em que você nunca esteve?

Na sua Ode Marítma, Fernando Pessoa escreve sobre a mesma experiência. De longe ele contempla o cais e seus navios.

“E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço
Entre o cais e o navio,
Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente.
Ah, todo o cais é uma saudade de pedra.
Ah, quem sabe, quem sabe,
Se não parti outrora, antes de mim,
Dum cais, se não deixei, navio ao sol
Oblíquo de madrugada,
Uma outra espécie de porto…”

Partir outrora, antes dele mesmo?

Há músicas que nos levam para o tempo “antes de nós mesmos” e para lugares onde nunca estivemos. Talvez o que Ângelus Silésius disse para os olhos possa ser dito também para os ouvidos. “Temos dois ouvidos. Com um ouvimos as coisas do tempo, efêmeras, que desaparecem. Com o outro ouvimos as coisas da alma, eternas, que permanecem.”

A Valsinha do Chico faz isso comigo. O que a Valsinha canta nunca aconteceu. Está fora do tempo. Está fora do espaço. E, no entanto, está no espaço e no tempo da minha alma. A Valsinha é um “pedaço arrancado de mim”. Por isso rio e choro ao ouvi-la. Também a Primeira Balada de Chopin, aquela que o pianista triste e esquálido tocou para o oficial alemão no filme O Pianista. A Chacona, de Bach. A sonata Appassionata, de Beethoven, que Lenin dizia ser capaz de ouvir indefinidamente. Oblivion, de Piazzolla, que tanto comovia o Guido, meu amigo querido, que agora mora naquele “lugar onde as coisas são sempre banhadas por uma luz antiqüíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer”.

A música tem virtudes médicas. Cura. Nesse tempo em que todo mundo sofre de stress aconselha-se música do estilo new age para acalmar. Comigo música new age não funciona. Tira-me o stress transformando-me em gelatina. Dissolvo-me em águas indefinidas. Quando estou aos pedaços deito-me no tapete da sala e o que quero ouvir é Bach. A música de Bach me estrutura, devolve-me o esqueleto, põe meus pedaços no lugar. O Bach dos corais, não o dos florais… Há música para os mais variados tipos de doença: Mozart. Beethoven. Schumann. Chopin. Brahms, Ravel. Os médicos deveriam receitar aos seus pacientes, junto com os remédios bioquímicos, a música…

Bom seria se a música clássica se ouvisse nos consultórios médicos, nas escolas, nas fábricas, nos escritórios, nas rádios. Há cidades que têm essa felicidade: rádios FM que tocam música clássica o dia inteiro. Infelizmente não é o caso de Campinas. Mas poderia ser… A música clássica desperta, nas pessoas, aquilo que elas têm de melhor e de mais bonito. Música clássica contribui para a cidadania.

Fico triste pensando naqueles que nunca conhecerão esse prazer. Simplesmente porque a possibilidade não lhes foi oferecida. Eu tive a sorte de ter a minha mãe.

“Música é vida interior. E quem tem vida interior jamais está sozinho.”

(Rubem Alves, no livro “Na morada das palavras”. (crônicas). Campinas/SP: Papirus Editora, 2003; 3ª ed., 2008)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Depressão: Conheça os sintomas camuflados!

Medo ou desconhecimento?
Nesse artigo conheça 8 sintomas de pessoas que levam a vida com o que chamados de “depressão mascarada”, doença que elas tentam esconder ou mesmo que nem sabem que têm.
Embora a sociedade atual demonstre, de modo geral, um maior conhecimento sobre a depressão, o que se vê, muitas vezes, é uma compreensão equivocada desta doença e de seus sintomas.
Por tratar-se de uma doença marcada por um estigma, nem sempre conseguimos identificar familiares ou pessoas próximas que estejam lutando contra a depressão. Pior ainda: devido às concepções equivocadas sobre os diferentes modos de manifestação da doença, e o tipo de ajuda a ser buscado, muitos indivíduos que sofrem de depressão não recebem o devido diagnóstico.
O resultado disso é que muitos indivíduos convivem com uma depressão mascarada – ou seja, invisível para as pessoas que os cercam, ou mesmo para eles próprios. Além disso, nos casos em que não recebeu o diagnóstico adequado, o indivíduo tenderá a lidar com seus problemas de modo a esconder a depressão, e terá dificuldades para reconhecer os verdadeiros sintomas da doença.
É preciso deixar de lado a concepção de que o sofrimento é sempre visível. Deste modo, será possível compreender melhor e oferecer ajuda aos que lutam contra as doenças não manifestas. Listamos, a seguir, alguns sinais de uma pessoa que talvez sofra de uma depressão mascarada.

1. Ela talvez “não pareça deprimida”
Influenciados por estereótipos culturais e veiculados pela mídia, muitos têm uma imagem equivocada do comportamento e da aparência do indivíduo com depressão. Na visão do senso comum, esta pessoa raramente sai de seu quarto, veste-se com desleixo, e parece estar sempre triste. Porém, nem todos que sofrem de depressão têm o mesmo comportamento.
Claro que os indivíduos são diferentes, assim como variam os sintomas e a capacidade de cada um de lidar com a doença. Muitos conseguem exibir um “verniz” de boa saúde mental – como mecanismo de autoproteção –, mas o fato de serem capazes de fazê-lo não significa faze-los. Do mesmo modo, as pessoas incapazes de mostrar tal “verniz” não são mais “fracas” que as demais.

2. Ela pode parecer exausta, ou queixar-se de um cansaço constante
Um efeito colateral da depressão é um cansaço permanente. Embora este sintoma não se manifeste em todos que sofrem de depressão, ele é muito comum. Em geral, é um dos piores efeitos colaterais desta doença.
Além disso, se o indivíduo não recebeu o diagnóstico de depressão, a causa deste cansaço pode ser uma incógnita. Mesmo que ele durma um número suficiente de horas à noite, talvez acorde na manhã seguinte como se tivesse dormido pouco. Pior que isso: talvez ele culpe a si mesmo, atribuindo isso à preguiça ou então que algum defeito de sua personalidade esteja causando esta sensação de fraqueza e falta de energia.
Este sintoma também acaba se tornando uma dificuldade para quem recebeu o diagnóstico de depressão, mas tenta ocultá-la dos amigos e colegas. Isso porque esta sensação de cansaço afeta o seu ritmo de trabalho e também os seus relacionamentos pessoais.

3. Ela poderá ficar mais irritadiça
O comportamento de uma pessoa com depressão pode ser interpretado equivocadamente, como melancolia. É muito comum que a pessoa deprimida fique mais irritadiça, e que isso não seja interpretado como um sintoma da doença. Isso é compreensível, já que a depressão não é problema de saúde “visível”, e tampouco pode ser medido com precisão – o que dificulta o combate à doença.
Além disso, o esforço constante exigido do indivíduo para lidar, ao mesmo tempo, com as inúmeras demandas de sua vida cotidiana, e com a depressão, suga suas energias, deixando-o impaciente e incapaz de ter a compreensão exata sobre as coisas.
Se o seu amigo ou conhecido recebe o diagnóstico de depressão, e compartilha esta informação com você, uma dificuldade poderá surgir, caso o comportamento desta pessoa não corresponda à imagem (equivocada) que se tem de uma pessoa com depressão: um indivíduo tímido e calado. A tendência a ter “pavio curto” e a irritar-se com facilidade é, na verdade, um efeito colateral da depressão.

4. Para ela, pode ser difícil corresponder ao afeto e preocupação das pessoas ao redor
A ideia equivocada mais comum em relação à depressão, sugerida nos parágrafos acima, é que ela causa um sentimento de tristeza.
Pelo contrário: muitas vezes, o indivíduo com depressão não sente nada; ou então vive as emoções de modo limitado ou passageiro. Depende de cada caso, mas muitos relatam um sentimento parecido com o “torpor”, e o mais próximo que chegam de uma emoção é uma espécie de tristeza, ou irritação.
Deste modo, o indivíduo terá dificuldade para corresponder de modo adequado a gestos ou palavras afetuosas. Ou então nem se dará ao trabalho de manifestar qualquer reação.
Talvez demonstre uma irritação nada racional: é possível que o cérebro dele tenha dificuldades para processar e corresponder ao seu afeto e carinho.
5. Talvez recuse a participar de atividades de que gostava muito
Uma atípica falta de interesse em participar de atividades – e durante um longo período – pode ser um sinal de depressão. Conforme mencionado acima, esta doença drena a energia do indivíduo tanto no plano físico quanto no mental – o que afeta sua capacidade de sentir prazer com as atividades cotidianas.
Um indivíduo com depressão talvez não se sinta mais atraído por atividades que adorava no passado, pois esta doença acaba dificultando o desfrute de tais atividades, que não satisfazem mais o indivíduo. Se não há nenhum outro sinal visível que possa explicar o interesse cada vez menor do indivíduo por estas atividades, este talvez seja um sintoma de depressão clínica.

6. Talvez passe a ter hábitos alimentares incomuns
O indivíduo deprimido desenvolve hábitos alimentares incomuns por duas razões: como um modo de lidar com a doença, ou como um efeito colateral da ausência do cuidado consigo mesmo. Comer pouco ou em demasia é um sinal comum de depressão. A ingestão excessiva de alimentos é vista como vergonhosa, e neste caso a comida talvez seja a principal fonte de prazer da pessoa com depressão, o que a faz comer além do necessário.
Quando o indivíduo depressivo come pouco, em geral é porque a doença está afetando seu apetite, transformando o ato de comer em algo desagradável. Isso também pode ser uma necessidade subconsciente de controlar algo, já que ele não é capaz de controlar sua depressão. Se a pessoa não recebeu o devido diagnóstico, ou se omitiu diante das pessoas o fato de estar deprimida, elas poderão considerar que os hábitos alimentares “errados” se devem a um defeito de personalidade, e tal “julgamento” fará com que o indivíduo deprimido se sinta ainda pior.

7. Os outros talvez passem a exigir mais de você
Naturalmente, as funções vitais de um indivíduo com depressão não podem ser as mesmas de alguém com boa saúde mental. Haverá coisas que ele não será mais capaz de fazer com a mesma frequência, ou abandonará de vez. Perturbá-lo ou fazer com que ele se envergonhe por causa disso só tende a causar mágoas, em vez de ajudar. Se a depressão é um assunto que ele tem tido dificuldade de abordar, será igualmente difícil para ele lidar com alguém que fique irritado diante de sua incapacidade de agir do mesmo modo que uma pessoa mentalmente sadia.
Por isso, convém sempre ser compreensivo com as pessoas, seja de seu círculo profissional ou do pessoal. Não há como saber se um indivíduo está simplesmente “desacelerando”, ou se está enfrentando um verdadeiro problema de saúde.

8. Ela poderá ter dias ruins, e dias “melhores”
Trata-se de uma doença com altos e baixos. Se o indivíduo sofre de uma depressão mascarada, ou não diagnosticada, pode parecer que suas flutuações de humor são aleatórias, dependendo da regularidade de sua depressão. Para você (e mesmo para ele, no caso de ele não ter recebido um diagnóstico), talvez não haja uma motivação para as alterações de humor, mas esta é simplesmente a maneira como a depressão se manifesta em algumas pessoas.
Se você sabe que o indivíduo sofre de depressão, poderá ter a falsa impressão de que ele, tendo passado por uma sequência de dias “bons”, está definitivamente curado. O fato de ele ter passado um dia melhor do que na véspera pode ser excelente, mas convém que você sempre lhe peça para que ele deixe claro o que consegue ou não fazer, e em que momentos.
Concluir que o indivíduo que sofria de depressão está plenamente recuperado, ou forçá-lo a retomar rapidamente a rotina normal poderá sobrecarregá-lo, e fazer com que ele se “retraia” novamente. Ofereça apoio ao amigo ou parente com depressão, mas deixe que ele tome as decisões necessárias.


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Timidez - Cecília Meireles:

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve…
— mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…
— palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
— que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…
— e um dia me acabarei.