sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Coisas de Aimée - Agostinho da Silva:


Que nunca se perca a magia da história do monge e o canto do rouxinol.
E que nunca se perca, também, a criança que há em todos nós.



“Aquilo que distingue realmente uma criança de tudo o resto que é vivo no Universo 
é a capacidade enorme de sua absorção no jogo. 
A capacidade enorme de imaginar que as coisas efetivamente estão surgindo 
como ao toque mágico de uma vara de fada e fazer que perante isso o tempo não exista. 
O milagre que uma criança faz quotidianamente no mundo é aquele milagre de conseguir que o tempo desapareça de sua vida na realidade. 
Aquela historieta que se conta do monge da Idade Média que esteve trezentos anos ouvindo um rouxinol cantar e teve por aí a ideia do que deve ser a eternidade, 
esse milagre de monge medieval é repetido realmente pela criança todos os dias 
quando brinca. 
Tempo para ela desaparece, e é o adulto que vem impor-lhe normas de tempo; 
o adulto existe no mundo da criança para interromper 
a cada momento a história do monge e do rouxinol".


Nenhum comentário:

Postar um comentário