quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Voce sabe quem é Carol Kaye?!!

Provavelmente você nunca ouviu o nome de Carol Kaye, mas é certo que você já ouviu sua música. Mais precisamente, o som de seu baixo. Sob o disfarce de uma simpática e jovial senhora de 81 anos esconde-se a identidade secreta de uma das mais prolíficas e influentes baixistas da história da música popular. Carol participou de nada menos que em torno de 10 mil gravações ao longo de seus mais de 50 anos de carreira, gravitando ao redor do centro da música pop e das melhores trilhas sonoras de cinema por toda a era dourada da década de 1960.


Sua participação na formação da sonoridade mais importante da história do rock, o som da década de 1960 é fundamental, numa época, porém, em que músicos de estúdio eram contratados como funcionários, em sistemas abusivos, e simplesmente não recebiam crédito. Eram pagos por sessão de gravação, e na maioria dos casos seus nomes sequer apareciam na arte dos discos. Músicos de estúdio não eram estrelas. Carol, mais do que todos, é sistematicamente questionada, até hoje, sobre a veracidade de suas participações. A razão disso, ela responde sem pestanejar: por ser mulher. O porquê dos nomes serem excluídos era essencialmente comercial. Afinal, quem queria saber que sua banda preferida na realidade não tocava nos discos? E que seus discos de estimação eram muitas vezes executados por pessoas da idade de seus pais?


Pois o quase inconcebível portfólio de Carol é também um mostruário da mais fina música americana de sua época: é ela quem toca baixo ou guitarra em, “Good Vibrations” e todo o mitológico álbum Pet Sounds, dos Beach Boys, em ”Unchained Melody” e “You Lost That Lovin’ Feelin’”, dos Righteous Brothers (duas das gravações mais executadas da história da música popular), “La Bamba”, de Richie Valens, “The Beat Goes On” e “I Got You Babe”, de Sonny e Cher, “River Deep – Mountain High”, de Ike e Tina Turner, “Somethin’ Stupid”, de Frank e Nancy Sinatra, os lendários temas de “Missão Impossível”, “Mash” e “Família Addams” – e mais um sem fim de participações em gravações de outros artistas como Simon and Garfunkel, Joe Cocker, The Doors, Isley Brothers, Paul Anka, Harry Nilsson, Sarah Vaughn, Chat Baker, Mel Tormé, The Monkees, Ray Charles, Nancy Sinatra, Barbra Streisand, Neil Young, Frank Zappa (guitarra no disco Freak Out! e em algumas faixas do disco Absolutely Free), Chris Montez, Love e mais – muito mais.


Nascida no estado de Washington em 1935 e filha de dois músicos, Carol Kaye já era profissional aos 14 anos – tocando bepop jazz em clubes de Los Angeles, ainda como guitarrista, antes de descobrir e se apaixonar pelas quatro cordas graves do baixo. Aos 22 anos ela entrou em um estúdio pela primeira vez, em 1957, para gravar com o lendário Sam Cooke – com quem já vinha gravando, na mesma época em que começou a tocar com Richie Valens, com quem tocaria guitarra na gravação do clássico La Bamba. Entre as quatro paredes estofadas e acusticamente isoladas de um estúdio de gravação em Hollywood ela encontrou seu habitat natural, onde faria sua história e a história da música americana da segunda metade do século XX.

https://www.youtube.com/watch?v=gyQqrPWnRPU

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