Na cadeira preta da minha varanda vi todos os dias a entrada da Universidade,
pessoas passando, o posto de gasolina funcionando e
exalando aquele odor horrível de combustível.
Na cadeira da minha varanda sonhei muitos sonhos,
levei várias vezes os olhos para o céu e parei para contar as estrelas,
chorei de saudades dos tempos idos e sorri dos momentos bons que ainda estão por vir.
Na cadeira da varanda relaxei por muitas horas com minhas costas largas encostada,
os pés doloridos apoiados para o alto no parapeito feito de tijolos e pintado de amarelo.
Dali, bebi algumas cervejas, ouvi palavras doces, troquei olhares apaixonados,
vi dias nascerem e com eles a esperança de tempos melhores,
novas perspectivas e quem sabe um novo amanhã.
Sentada, meditando na cadeira da varanda, penso em renascer das cinzas que vem do céu, da poluição do curtume,
meu coração vai voltar a florir mesmo com todo o agreste desta terra.
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