terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Gabriel García Márquez

Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. 
Não sei sentir em doses homeopáticas. 
Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, 
prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, 
paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. 
Não sei brincar e ser café com leite. 
Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, 
que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, 
durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. 
Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - 
e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - 
e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que 
eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, 
o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, 
mas tem que me convencer, 
extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que 
é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".

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