quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Versão Moderna da Fabula!

Pleno Verão. Calor de rachar.  A Formiga carrega um tronco de madeira, por uma estrada poeirenta, vestida com uma t-shirt velha cheia de suor e calças sujas, compradas numa das muitas lojas que vendem produtos "fakes". Em sentido contrário vem um Jaguar com a Cigarra lá dentro, vestida de biquíni, toda cheia de piercings, tatuagens e anéis de ouro.
- Olá formiga! Onde vais?
- Estou a levar o tronco para o formigueiro. E tu?
- Eu, tive nas Maldivas a descansar, venho agora do aeroporto.
- Tchau Cigarra, tenho que trabalhar.
- Tchau...

Outono. Chuva e vento. A formiga carrega um tronco de madeira por uma estrada enlameada, vestida com um casaco sujo e calças rotas. Em sentido contrário vem uma Mercedes com a Cigarra lá dentro, vestindo uma capa, ultimo lançamento na fashion week de Nova Iorque), toda coberta de joias, piercings e tatuagens.
- Olá, formiga! Aonde vais?
- Estou aqui a carregar este tronco para o formigueiro. E tu?
- Vou para a inauguração do cassino!
- Bom, tchauzinho, tenho que ir andando.
- Tchau...

Inverno. Frio do caraças. A Formiga carrega pela estrada um tronco de madeira pesado, vestindo um casaco velho e roto e umas calças em igual estado. Em sentido contrário vem uma BMW preta com a Cigarra lá dentro, vestida com um casaco de grife, cheia de ouro, piercings e tatuagens.
- Olá formiga! Tudo bem? onde é que vais?
- Estou aqui a carregar o tronco. E tu?
- Eu vou para a inauguração de um novo centro de negócios..
- Cuidado! Nestas inaugurações tem todo tipo de gente?
- Sim, eu sei.... Tem representantes do governo, políticos, banqueiros, empresários e... representantes da cultura...
- Ah! Ou seja escritores, poetas, por ai?
- Sim...

- Então se vires o Esopo, não te esqueças de lhe dizer que ele é um safado e um grande Filho da P...!!!


(A fábula da Cigarra e a Formiga foi escrita por Esopo, escritor da Grécia Antiga que ficou conhecido como o pai das fábulas. Jean de La Fontaine adaptou a fábula, algum tempo depois, para o francês. Além dele, outros escritores também a adaptaram, como Monteiro Lobato para o Sítio do Pica-Pau Amarelo e José Paulo Paes com uma versão poética)

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