terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Nascimento!

Quando já não havia outra tinta no mundo
o poeta usou do seu próprio sangue.
Não dispondo de papel,
 ele escreveu no próprio corpo.
Assim,
nasceu a voz,
o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue:
sem voz nem nascente.
 
(Mia Couto)
 
 

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