quarta-feira, 13 de setembro de 2017

10 frutas nativas brasileiras que você precisa provar antes de morrer

Para o botânico Ricardo Cardim, é preciso mudar a concepção cultural e agronômica: “Podemos começar a divulgar e cultivar nas cidades os frutos nativos, de forma a resgatarmos sabores esquecidos e ajudarmos no reequilíbrio ecológico urbano. Plantar árvores frutíferas nativas da região é um método eficaz de atrair a biodiversidade e tornar as cidades mais acolhedoras”, diz o botânico. Abaixo ele lista dez frutas nativas dos biomas ameaçados Cerrado e Mata Atlântica que poderiam entrar para o cardápio (e jardins) dos brasileiros.


1. Gabiroba (Campomanesia pubescens)
Também conhecida como guabiroba, guavira ou araçá-congonha, arbusto com fruto arredondado, de coloração verde-amarelada, com polpa esverdeada, suculenta, envolvendo diversas sementes e muito parecido com a goiabinha. Pode ser consumida ao natural ou na forma de sucos, doces e sorvetes e ainda serve para fazer um apreciado licor. A gabiroba pode ser encontrada nos cerrados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No sul do Brasil, na região norte/oeste do Paraná além da variedade de cerrado, dissemina-se também a variedade arbórea alcança vários metros de altura, produzindo frutos com sabor e aparência da variedade de campo, quando maduros apresentam a cor amarela.


2. Tarumã-do-cerrado (Vitex polygama)
Conhecida como tarumã-bori, tarumã-de-fruta-azul, maria-preta, marianeira, velame-do-campo ou mameira, a árvore, proveniente do bioma do Cerrado, possui de 6 a 20 m de altura. De frutos adocicados e com sabor agradável, parece com a azeitona-preta, fazem a alegria dos pássaros. Podem ser utilizados para fazer bebidas como vinho, licor e sucos, ou doces (geleias/caldas). Espécie eficiente se usada na recomposição de áreas degradadas, pode ser utilizada no paisagismo de praças e jardins públicos.


3. Perinha-do-cerrado (Eugenia klotzschiana)
Também conhecida como pêra do campo, perinha do campo, cabacinha ou cabamixá-açú, o arbusto é nativo dos campos e Cerrados de todo o Brasil. Os frutos podem ser utilizados em sucos batidos com leite ou para fazer sorvetes, bolos e geleias. A planta, dificilmente encontrada nos dias de hoje, não pode faltar em projetos de recuperação dos Cerrados.


4. Grumixama (Eugenia brasiliensis)
Conhecida como cumbixaba, ibaporoiti ou cereja-brasileira, a árvore de até 15 m de altura é nativa da Mata Atlântica e era encontrada desde a Bahia até Santa Catarina. Seus frutos, atraem pássaros, possuem até 2 sementes, o sabor assemelha-se bastante com o da cereja.


5. Uvaia (Eugenia uvalha)
A árvore, conhecida por uvalha ou uvaieira, tem de seis a 13 m de altura. A espécie, proveniente da Mata Atlântica, ocorre nos estados de Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Tem aroma suave e agradável, possui alto teor de vitamina C (até quatro vezes mais do que a laranja). Muito utilizada para fazer sucos e largamente cultivada em pomares domésticos. A casca, na cor amarelo-ouro, é ligeiramente aveludada e a polpa muito delicada. Um dos grandes problemas desta fruta é que ela amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso, não é muito encontrada em supermercados.


6. Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
Chamado baba-de-boi, coqueiro-jerivá, coquinho-de-cachorro e jeribá, a árvore é uma palmeira nativa da Mata Atlântica. Sua fruta, conhecida como “coquinho”, é amarela, ovalada e não passa de três centímetros de comprimento. É muito apreciado por animais, como papagaios, maritacas ou mesmo por cachorros. Pode ser consumido pelos humanos batendo-se com pedras para alcançar as suas amêndoas.


7. Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia)
A guabiroba verde, sete-cascas, sete-capas, sete-casacas, capoteira, araçá-do-mato ou araçazeiro-grande, o sete-capotes é uma importante árvore frutífera silvestre, com frutos doces e comestíveis, apreciados pelo homem e pela fauna. Seu fruto, quando maduro possui coloração verde-clara, pode ser consumido naturalmente ou aproveitados em doces e na elaboração de sucos e sorvetes (neste caso deve-se separar a polpa da semente). A árvore, que mede até 6 m de altura, é muito bonita, especialmente pelas suas flores e folhas.


8. Cambuci (Campomanesia phaea)
O cambucizeiro, árvore da Mata Atlântica originalmente encontrada na Serra do Mar, chegou a estar em perigo de extinção pelo uso excessivo de sua madeira e pelo alto crescimento urbano da região. O cambuci era muito abundante na cidade de São Paulo, chegando a dar nome a um de seus bairros tradicionais. Após um forte movimento para trazer o cambuci de volta para a região, a espécie está sendo preservada. O nome cambuci é de origem indígena e deve-se ao formato de seus frutos, semelhantes a potes de cerâmica, que recebem o mesmo nome. Ricas em vitaminas, as frutas têm um perfume intenso e adocicado, mas seu sabor é ácido como o do limão. Por essa razão, poucos apreciam consumi-la in natura. Pode ser utilizada na produção de geleias, sorvetes, sucos, licores, mousse, sorvete, bolo, além do tradicional suco.


9. Cagaita (Eugenia dysenterica)
A cagaiteira é uma árvore proveniente do Cerrado, que pode chegar a ter 8 m de altura. Seu fruto é pequeno com casca amarelo esverdeada, polpa suculenta e ácida, apresenta até 4 sementes no seu interior. Apesar de seu agradável sabor ácido e textura macia, a cagaita não deve ser consumida em grandes quantidades, pois tem um forte efeito laxativo. O fruto, rico em vitamina C e antioxidantes, é utilizado na fabricação de sorvetes. A polpa, com ou sem a casca, é energética, com baixo teor calórico.


10. Melancia-do-cerrado (Melancium campestre)
A melancia do campo, melancia-de-tatu, cabacinha do campo, cabacuí ou caboi-curai, esta espécie rasteira que já foi muito comum no Cerrado, hoje é considerada rara. Seu fruto se assemelha muito com o da melancia por fora, porém possui uma penugem em sua casca. Os frutos possuem casca grossa, com aproximadamente 90 sementes envoltas numa polpa gelatinosa amarelada. Embora seja ácida, a fruta pode ser consumida in natura, ou utilizada em forma de geleias e sucos. A planta não pode faltar em projetos de reflorestamento de ambientes campestres dos Cerrados pois seus frutos são muito apreciados pelos animais.


Que tal plantar um pé de uma árvore frutífera dessas em seu quintal? 

(Mayra Rosa – Redação CicloVivo)

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