terça-feira, 4 de dezembro de 2018

{Fernando Pessoa, 7-10-1930, Poesias Inéditas)



Do meio da rua
Do meio da rua
(Que é, aliás, o infinito)
Um pregão flutua,
Música num grito...
Como se no braço
Me tocasse alguém
Viro-me num espaço
Que o espaço não tem.
Outrora em criança
O mesmo pregão...
Não lembres... Descansa,
Dorme, coração!

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