Não sei a mulher que sou, mas sei a mulher que não sou.
Não sou a mulher que se esconde nos tachos, a mulher que se cala nas horas,
que se entrega ao embuste da segurança, à fraude suportável de ver passar o tempo.
Não. Não sou.
Não sou a mulher do fado e das lágrimas, a mulher do enfado e das rotinas,
dos sonhos que se arrastam pelas esquinas.
Não. Não sou.
Não sou mulher de sorrisos quando existe a gargalhada, de aldeias quando existe o mundo. Não sou nem um milímetro menos do que aquilo que posso ser, e se um dia cair,
foi porque tentei saltar e não porque preferi aceitar.
Antes um Titanic afundado do que um barco que não vai a nenhum lado.
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