Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar,
cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo,
não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário,
todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar
a desordem de minha natureza.
Descobri que não sou disciplinado por virtude,
e sim como reação contra a minha negligência;
que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez,
que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e
sempre penso o pior,
que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas,
que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim,
que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.
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