Há nas mulheres
o sono duma ausência
como uma faca
aberta sobre os ombros
à qual a carne adere
impaciente
cicatrizando já durante
o sonho
E há também
o estar impaciente
calarmos impacientes
todo o corpo
Sorrir não devagar
claramente
lugares inventados sobre
os olhos
E há ainda em nós
o estar presente
diariamente calmas
e seguras
mulheres demasiado
serenamente
nas casas nas camas
e nas ruas
E como toda esta herança
não chegasse
como se ainda quiséssemos aumentá-la
fechamos os braços de cansaço
como se da vida
chegasse o inventá-la
E se do sono
nos vem o esquecimento
quantas insónias
cansamos nós por dentro
(Maria Teresa Horta)
in «Poesia Reunida», (“Jardim de Inverno”), Publicações Dom Quixote/Leya, págs. 235/236
o sono duma ausência
como uma faca
aberta sobre os ombros
à qual a carne adere
impaciente
cicatrizando já durante
o sonho
E há também
o estar impaciente
calarmos impacientes
todo o corpo
Sorrir não devagar
claramente
lugares inventados sobre
os olhos
E há ainda em nós
o estar presente
diariamente calmas
e seguras
mulheres demasiado
serenamente
nas casas nas camas
e nas ruas
E como toda esta herança
não chegasse
como se ainda quiséssemos aumentá-la
fechamos os braços de cansaço
como se da vida
chegasse o inventá-la
E se do sono
nos vem o esquecimento
quantas insónias
cansamos nós por dentro
(Maria Teresa Horta)
in «Poesia Reunida», (“Jardim de Inverno”), Publicações Dom Quixote/Leya, págs. 235/236
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