"MOMENTOS
Quisera entrar bem fundo
abrir-te a alma ou virá-la do avesso
saber de ti como um rio transparente a correr para o mar
em minhas mãos.
Poder lavar-ta dos dois lados,
e com jeito secá-la ao sol dos meus dias felizes sim,
que esses são poucos e os demais atormentam.
Talvez o encosto seja doce,
por tudo o que se nos agarrou de abraços por dar e
carinho morto em tanta ausência.
Consegui ficar sem luz neste dia primaveril de outono,
porque o meu paraíso deixou de ser o aconchego entre árvores e
pássaros livres e passou a ter aves de rapina a esvoaçar no ar.
De novo, é urgente descansar, para te poder encontrar por aí.
E reencontrar a paz entre as flores e a música eternamente solta.
Nada de natureza a murchar em nós, no caminho das plantas e da água.
Antes que tudo exploda e
o inverno entre e nos congele mutuamente."
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