terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Para um Amigo Tenho Sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.

Mas esse relógio não marca o tempo inútil.

São restos de tabaco e de ternura rápida.

É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.

É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.


(António Ramos Rosa)



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