Vamos, poema de amor, levanta-te do meio de vidros partidos,
porque chegou a hora de cantar.
Ajuda-me, poema de amor, a restabelecer a integridade, a cantar sobre a dor.
É verdade que o mundo não se limpa de guerras,
não se lava de sangue, não se corrige do ódio. É verdade.
Mas é igualmente verdade que nos abeiramos de uma evidência:
os violentos refletem-se no espelho do mundo e o seu rosto não é belo,
nem para eles mesmos.
Continuo a crer na possibilidade do amor.
Tenho a certeza do entendimento entre os seres humanos,
conseguido sobre as dores,
sobre o sangue e sobre os vidros partidos.
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