quarta-feira, 11 de abril de 2018

Como identificar os 7 tipos de fezes

Há doenças que se manifestam através da alteração da cor ou consistência das fezes. Saiba a que mudanças deve estar atento e quando deve consultar o médico.

Defecar é um ato individual e cada pessoa tem um padrão próprio. Evacuar entre três vezes por dia e três vezes por semana é considerado um trânsito intestinal normal. No entanto, evacuar não deve corresponder a um esforço superior ao de urinar ou eliminar gases, mantendo-se um padrão defecatório estável, mas que é variável de pessoa para pessoa. Por isso, mais do que ao padrão habitual, devemos estar atentos à sua mudança.

– Principais fatores que podem alterar a regularidade intestinal
Dieta;
Medicação
Flutuação hormonal
Exercício físico
Stresse

– Principais doenças que se manifestam pela alteração das fezes
Doenças sistêmicas, como alterações da função da tiroide, alterações do cálcio ou a diabetes.
Doença inflamatória intestinal.
Tumores do tubo digestivo.

O que nos dizem as fezes
As fezes são constituídas por 75% de água. O componente sólido é uma mistura de fibras, bactérias fecais, células intestinais e muco.
A Escala de Bristol é uma ferramenta que facilita a “leitura” do trânsito intestinal, dividindo as fezes em sete classes ou tipos, de acordo com a sua forma e consistência. As fezes do tipo três, quatro e cinco são consideradas ideais, pois ultrapassam o esfíncter anal sem esforço ou trauma.



Agir pela alimentação
A ingestão de fibras aumenta o volume fecal e funciona como uma cola, que mantém as fezes agregadas, formadas e não fragmentadas, facilitando o trânsito intestinal. Beber mais água e apostar em alimentos ricos em fibras (fruta com casca, vegetais, linhaça, granola, cereais integrais…) tem, por isso, repercussões positivas no trânsito intestinal dos obstipados, podendo significar a alteração do padrão para um dos níveis ideais da escala de Bristol.
Sinais de alerta

As alterações na cor e consistência das fezes não devem ser menosprezadas, sobretudo quando acompanhadas de outros sintomas como a perda de peso ou dores abdominais. O odor também pode indiciar a presença de tumores, sangue ou gordura.

Cor
Sangue vermelho
Pode resultar de uma hemorragia com origem anal, retal ou cólica (causada, por exemplo, por hemorroidas, pólipos, tumores ou doença inflamatória intestinal).
Fezes pretas (melenas)

Os suplementos orais de ferro dão muitas vezes esta cor às fezes, sem que isso seja razão para preocupação. Mas quando as fezes se apresentam tipo alcatrão devido à presença de sangue digerido, isso pode deve-se à ocorrência de uma hemorragia com origem no estômago ou duodeno.
Fezes esbranquiçadas

Indicam uma obstrução das vias biliares com diminuição de sais biliares nas fezes, uma situação que pode resultar, por exemplo, de um tumor da vesícula ou do pâncreas.
Fezes amarelas e de aspeto gorduroso (esteatorreia)

Revelam má absorção de gorduras, condição que ocorre na pancreatite crónica.

Consistência
Fezes “em fitas” finas e longas
Podem indiciar a presença de um tumor obstrutivo ou síndrome do intestino irritável.
Fezes líquidas ou aquosas

Ocorrem em situações de má absorção, síndrome do intestino irritável, gastrenterites ou stresse. Deve investigar-se neste contexto a doença celíaca (intolerância ao glúten) e a intolerância à lactose.

Diagnóstico
Alterações persistentes dos hábitos intestinais justificam uma consulta de gastrenterologia para uma avaliação holística que pode implicar, nomeadamente, análises ao sangue e a avaliação endoscópica do tubo digestivo. Quando se identifica sangue, independentemente da quantidade, frequência e abundância, a avaliação do intestino e reto por colonoscopia total ou parcial deve ser realizada. A colonoscopia é o exame de eleição para avaliação do cólon (intestino grosso) e, além da avaliação dos doentes que têm sintomas, está indicada em todas as pessoas a partir dos 50 anos, mesmo assintomáticas, para rastreio do cancro do cólon e reto. O exame realiza-se com sedação, sem qualquer desconforto para o paciente.

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