Tateio, tateias, tateia.
Ou tateamos, eu e tu,
enquanto ele se movimenta sem dificuldade entre as coisas?
Sei pouco de ti,
apenas suspeito da tua existência,
desde quando descobri que nem eu nem ele
éramos os donos de certas palavras.
Como se tivesse percebido um espaço em
branco entre mim e ele, e assim
– por exclusão, por intuição, por invenção –
te
adivinhasse dono desse espaço entre a luz dele e o escuro de mim.
Tateias,
também? De ti, quase não sei.
Mas equilibras o que entre ele e mim é pura
sombra.
(Por Paloma Aime Ferreira)
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