sexta-feira, 3 de março de 2017

Coisas de Aimée: NÃO ME CHAME DE MORENA!

Desde pequena, morenas, pra mim, eram as pessoas europeias de cabelo negro, como italianas ou gregas, por exemplo. Em algum momento, depois do surgimento do "politicamente incorreto" (final da década de 60), 
morena começou a ser um termo erroneamente usado para as negras.

Mais errado ainda, num pais onde, graças a Deus, as pessoas se misturam, surgindo assim vários tons de negra. Mas o que sempre me incomodou é que as palavras, retiradas do contexto, sejam "perseguidas", proibidas ou "execradas".
Parece que se tornou mais importante a forma que o conteúdo; a intenção perdeu para a "colocação"; a palavra sobrepujou a ação.

A sociedade assim se torna superficial . Mas o que vale realmente é a ação, e não o texto.

Eu tinha uma amiga de infância que se eu não a chamasse de "negona", ela achava que eu estava brava com ela. E se ela não me chamasse de "azeda" (abreviatura de leite azedo), eu ficava bolada. As relações eram mais importantes que os discursos ou as palavras utilizadas.

Precisamos parar com essa bobagem de patrulhamento ideológico. De "lutar" por causa da cor, da religião, da nacionalidade, de preferências políticas, do time ou qualquer outro pretexto que nos separe. Esse patrulhamento quase sempre tem como objetivo enfraquecer a comunidade, segregar as pessoas, visando uma dominação ideológica. Colocando todos contra todos, é mais fácil empurrar a "manada" para o lado que se quer. "Ela faz isso porque é branca" "Ela quer aquilo porque é negra"...Como se cor, partido, nacionalidade ou religião definisse o que você é e o seu comportamento. Não! É o contrário! O que você faz é que define quem você é. Independente da sua cor, religião ou partido.

Em pleno século XXI, a cor não é relevante. Nem religião, nacionalidade ou ideologia. Ser humano é! E estamos perdendo isso porque preferimos nos distribuir em guetos onde certas palavras são "proibidas", em vez de nos unirmos em uma nova civilização.

Precisamos derrubar os muros que nos separam. Juntos somos muito mais fortes e não seremos manipulados.


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