Existem poucas pessoas assim. Mas existem.
Pessoas cujo nome acompanha essa denominação de "porto seguro".
Pessoas que são
como rochas inabaláveis que aguentam,
intactas, o bater furioso das nossas
ondas. Eu vou e volto. Fortaleço e esmoreço.
Renovo e canso. Sorrio e choro, mas
meu barco tem sempre um porto para voltar.
Posso contar nos dedos as pessoas que
são assim,
que perto ou longe me dão esse abraço de esperança.
Que aliviam o
peito e acalmam o coração com meia dúzia de palavras.
Que me inundam de um
conforto que eu não posso explicar.
Que carregam meu coração nas mãos e colocam
pra ninar.
Que me fazem dormir sorrindo e transformam meu medo em confiança para
lutar.
Essas pessoas são raras, mas são certas. É
quase dificil identificar, mas quando menos esperamos, estamos acomodados,
dentro dos seus braços, protegidos e salvos. Amam minhas loucuras e meus
defeitos, compreendem meus desesperos e, se for preciso, gritam junto comigo.
Minha maré sobe e desce. Meu convés alaga e esvazia. Minha vela debate,
enfurecida, ou navega suave, na brisa. Meu leme apruma ou desgoverna.
A proa
sacode, alerta, mas meu navio sem destino, tem um lugar pra voltar.
(Paloma Aimée Ferreira)
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